“E ninguém põe vinho novo em odres velhos, pois o vinho novo romperá os
odres; entornar-se-á o vinho, e os odres se estragarão. Pelo contrário, vinho
novo deve ser posto em odres novos e ambos se conservam.” – Lucas 5:37,38
Em uma aula no
seminário, Rev. Fernando Enéias contou que, certa vez, estava andando com seu
pai por uma plantação. E, enquanto caminhava e observava as plantas e animais,
sentiu muita sede! Seu pai, então, fez um ‘copinho’ com uma folha enrolada e
enchendo de água, em uma fonte, aliviou sua sede.
Quando terminou de
contar esta história, questionou aos alunos o que havia matado a sede: a água
ou o ‘copinho’ de folha? Todos disseram que foi a água. Diante da conclusão dos
alunos, Rev. Fernando Enéias ilustrou como nós, seres humanos, temos uma
tendência muito grande de valorizarmos demais a forma em detrimento do
conteúdo. O que alivia a sede é a água. Não importa o que você vai usar: uma
caneca, um copo, um ‘copinho’ de folha, ou a mão! O que importa é que a água
traz alívio pra sede!
Você já imaginou se, a
partir daquele dia, os alunos (muitos deles, hoje, são pastores) só bebessem
água em um ‘copinho’ de folha enrolada? Seria cômico, para não dizer trágico.
Mas, muitas vezes, em nossa vida espiritual e em nossa vida como igreja,
fazemos o mesmo. Valorizamos muito mais o ‘copinho’ que a água em si.
Valorizamos muito mais a forma que o conteúdo. Precisamos estar atentos para
que, como igreja, não nos deixemos escravizar pela forma.
No entanto, admitimos
que a forma é importante. Nunca conseguiremos abençoar a nossa geração se não
compreendermos a ‘forma’ como pensa a nossa geração! E, por isso, precisamos
estar atentos aos ‘odres novos’ em que depositaremos o ‘vinho novo’.
Charles Swindoll diz
que “todas as gerações sofrem a tentação de tentar restringir as obras e os
métodos de Deus.” (p. 224) Isso acontece porque a maioria das pessoas gosta de
‘manter’ as coisas como estão. “Muitas pessoas sentem-se constrangidas porque
se sentem ameaçadas”(p.225). Sentem-se desconfortáveis em meio a mudanças e,
por isso, preferem pela manutenção ao invés da transformação!
Porém, o vinho novo
não pode ser colocado em odres velhos. O vinho novo do Evangelho sempre será
NOVO. Nunca perde a validade, nunca torna-se velho. Mas ele precisa sempre ser
armazenado em odres novos.
No entanto, é
importante lembrar que o que interessa é o vinho. Não o odre. O odre é apenas
um vasilhame. É apenas a forma! Estamos interessados no conteúdo.
Estamos cercados de
inovações tecnológicas! Filmes, televisão, computadores. Novos estilos de
música. Novos métodos. Mas todas essas coisas são apenas os odres! O que nos
interessa é o vinho! “O vinho permanece bom e sadio porque veio de Deus. E os
odres? No que concerne aos odres, precisamos ser flexíveis.” (p.225 e 226)
Precisamos nos
precaver da tentação de ‘vestir’ o cristianismo do séc. XXI com as roupas das
décadas de 70, 80 ou 90. E precisamos, com maior zelo ainda, nos proteger da
tentação de nos manter perdidos olhando para o séc. XVI ou XVII. “Se não
exercermos vigilância, ficaremos tão comprometidos com ‘o jeito como éramos’
que embotaremos o fio cortante das coisas realmente importantes e deixaremos
esta geração no pó. Repito: OS NOVOS ODRES SÃO ESSENCIAIS.” (p. 226)
Em Cristo,
Pr. Thiago
Mattos.
*Baseado
e extraído de SWINDOLL, Charles R. “Como viver acima da mediocridade: Levando a
sério o seu compromisso com a excelência.” São Paulo: Editora Vida, 2009.